quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Áreas de risco no ABC Paulista

Em 2007, eu e um grupo de loucos como eu na Faculdade se reuniram para fazer uma reportagem em bairros periféricos localizados em áreas de risco no ABC. Me orgulho muito deste trabalho e compartilho com vocês, meus leitores!

Parte 1 da reportagem:



Parte 2 da reportagem (Parte em que eu acompanho o Montanhão)


Se não me engano já falei sobre esta reportagem aqui no Blog, no post Jornalistas são insensíveis ou impotentes?: http://euniversitaria.blogspot.com/2009/07/jornalistas-sao-insensiveis-ou.html

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Porque não aumentar a passagem do ônibus em SP?

A passagem de ônibus de São Paulo hoje é de R$ 2,30. Ela não sofre reajuste há três anos. Agora, vamos entrar em mais detalhes quanto ao serviço de transporte público de São Paulo:

- Profissionais despreparados, mal educados e pouco instruídos (parece que não possuem compromisso com o cliente, não são treinados para lidar com público; além disso é normal motorista fechar a porta antes de todos descerem ou não parar em determinados pontos)

- ônibus sujo (não difícil entrar em um ônibus sujo de vômito – isso aconteceu ontem comigo, com papel e pichações)

- Superlotação (Ao pegar ônibus pela manhã a ordem é enquanto houver uma lacuna entre as pessoas dá para subir mais um. Não existe limite, se existe não há fiscalização). Isso é reflexo de poucas linhas direcionadas para metrô e regiões de alta empregabilidade.

Acho que deveria haver um limite para entrar no ônibus. Passou do limite, o ônibus não consegue sair. Para isso, os pontos de ônibus deveriam ser mais organizados com filas e estrutura para isto.

- Pontos de ônibus são totalmente equivocados (alguns são escondidos, descobertos, sem lixeira próximo, pessoas não se organizam em filas o que faz que seja uma corrida para pegar o ônibus primeiro independente de quanto tempo se espera por aquele ônibus, sem fiscalização e organização). Os pontos de terminais e metrôs são mais organizados neste quesito. Mas como eles são a minoria não faz a diferença.

- Estrutura do ônibus desconfortável (os obesos não tem espaço no ônibus. Não existem assentos para este público que geralmente ocupa duas cadeiras ou espreme os demais no corredor). Além disso, o assento é duro e sujo.

- Falta de circulação de ar. Muitas pessoas se recusam a abrir janelas em dias de chuva ou quando há muito vento. Isto faz com que não tenha circulação de ar no ônibus. Ar condicionado seria o ideal para evitar que pessoas passem mal.

Enfim, problemas com o transporte público é o que não falta. Diante disso, querem apresentar um projeto de aumento do custo do transporte? Eles precisam pensar em soluções para estes problemas e quando o transporte for realmente digno podem cobrar mais caro, pois não me sentirei assaltada. Se aumentarem o custo do transporte público me sentirei lesada, pois as pessoas pouco pensam na população. Este valor de aumento será investido aonde, em que melhoria? É um absurdo.

Se houver aumento, eu acho que a população deveria se organizar para fazer algum tipo de boicote ou protesto, a fim de reivindicar melhorias no transporte público e o fundamental: planejamento.

Não é o tempo que não há reajuste que deve ditar se haverá ou não, mas sim a necessidade e o planejamento.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Não se trata de morrer, mas de perder

Pois é. Ontem um tio meu faleceu. Ele era pai de 4 filhos (três meninas e um menino). Era também avô de 3 netinhos. Era irmão de 3 grandes homens (um deles o meu pai). Durante o enterro dele, eu via o meu pai tentando ser forte, mas sem conseguir conter a emoção de vê-lo partir. Via também os filhos deles abalados. Afinal todos eles não viam o pai há algum tempo e agora não o veriam mais.

Naquela sala do funeral lágrimas não faltaram. Eram lágrimas de saudade, de amor, carinho, compaixão. Imagine quantas lágrimas não caíram sobre aquela sala. As minhas lágrimas eram de perda. Talvez a perda maior não tenha sido a minha, porque eu não sou a melhor das sobrinhas. Mas era uma perda para o meu Pai. Devo dizer que ver o meu Pai perder algo ou alguém me fere com a mesma intensidade que eu sentiria se a perda maior fosse minha.

Ao mesmo passo que eu não era a melhor sobrinha, ele também não era o melhor dos tios. Tinha os seus problemas com o alcoolismo e estava internado há algum tempo por conta de uma convulsão. Aos 49 anos ter a vida interrompida é muito ruim. Afinal, você não está no começo da vida e nem está no fim. Está exatamente no meio dela. No grande momento de curtir toda sabedoria que já adquiriu até o momento. O fim da vida dele foi triste e doloroso porque ele mesmo procurou a morte e não fez questão de se tratar.

Em minha opinião, ele não morreu feliz. Porque ele morreu sem o grande o amor da vida dele. Sem os filhos. E com um pai que só sabia criticá-lo. A dor de um enterro como um dele não vem do fato de morrer, porque morrer é inevitável. Mas no fato de perder o jogo no meio da partida. De perder a presença dele, mesmo muitas vezes fosse inconveniente. De perder um tio e, para o meu pai, um irmão.

Espero que ele vá para o melhor lugar neste momento. E que encontre a realização e felicidade, que talvez ele não tenha tido aqui.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Estadão há 35 dias de censura. Quem eles querem enganar?

Hoje eu estava navegando no site do Estadão como sempre e vi que estava escrito dentro de um Box preto com letras brancas: “Sob censura há 35 dias”. E pensei comigo mesma: “Quem eles querem enganar?”.
Ok. O jornal acredita que está passando por uma censura. Opta por colocar no site um aviso aos leitores que o jornal está sob censura. Mas qual é o objetivo desta ação? Sob o meu ponto de vista, colocar esta mensagem é uma forma de se eximir da culpa de não noticiar um fato importante em relação a nossa política brasileira, caso o veículo não possa dar por conta da determinação judicial.
O Estadão que eu admirava não faria simplesmente isso. Ele iria tentar mudar a situação. Iria tentar se movimentar ou mudar algo. E não apenas aceitar calada isto. Estou muito decepcionada. Dizer que apenas está sob censura, é aceitar o que é considerado inaceitável. É preciso criar um movimento contra esta censura, criar mobilização. Se o próprio jornal não se engaja para fazer com que haja um movimento social, quem irá fazer isto?
Acho que em parte é reflexo de um grupo de jornalistas acomodados com esta situação. Profissionais que perderam o idealismo e vivem a profissão com foco na aposentadoria.
#prontofalei
E estou aberta a escutar opiniões divergentes.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Música certa no momento certo?!

Quando estava chegando no trabalho, tocou na rádio uma música do Legião Urbana... e por incrível que pareça muitas coisas fizeram sentido para mim:

“Quantas chances desperdicei
Quando o que eu mais queria
Era provar pra todo o mundo
Que eu não precisava
Provar nada pra ninguém”.
(Legião Urbana)

De repente algumas músicas que escutamos não nos dizem muito em algum momento, mas em outros elas são tão sensíveis e realistas. Estranho!

Por isso que quando eu era pequena queria ser cantora e escrever minhas próprias músicas... porque assim eu faria sentido para alguém em algum dia...

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Marina Silva seria o Barack Obama brasileiro?

A possível candidatura de Marina Silva (PT-AC), ex-ministra do Meio Ambiente, para a presidência me fez parar para pensar um pouco a respeito. Pelo o que circula por aí, Marina deve se candidatar pelo Partido Verde (PV), já que Dilma Rousseff é a escolhida do PT. Cheguei a pensar até que Marina Silva seria o Barack Obama brasileiro. Mas, ao fazer comparações, logo percebi que realmente a única semelhança é que ambos são negros.


Apesar do fato de ambos serem negros e representarem uma raça que vem sendo desfavorecida na sociedade por questões que envolvem preconceitos raciais, a eleição dela como presidente marcaria pela quebra de dois paradigmas: Uma mulher negra. Seria a primeira mulher negra presidente do Brasil. O fato de ser negra, no Brasil, não deve ser o grande paradigma, pois se trata de um país composto pela mistura de raças. Mas o fato de ser uma mulher, definitivamente, seria inusitado, até mesmo porque as mulheres são desfavorecidas em cargos de alta gestão. Quantos presidente de empresas você conhece que são do sexo feminino? Infelizmente, os homens ainda dominam os cargos de gestão.


Fora isto, vamos a questão política. Barack Obama disputou a presidência pelo maior partido político do País. Já o Marina deve disputar por um partido de pouca representatividade nacional. Após a totalização dos votos, em 3 de outubro de 2006, o Partido Verde atingiu 3,6 % de votos válidos, com 3.368.560 de votos válidos.


Não me assustaria se Marina tivesse alta representatividade. Afinal, o Brasil adora eleger candidatos que trabalham em prol de minorias. O Brasil é aglomerado de minorias. Não vou negar que simpatizo com Marina Silva e com Lula, bem como com a Soninha (PPS).
E você, o que pensa a respeito?!

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Folha de S. Paulo exagera no pessimismo

Na Folha de S. Paulo o título da notícia era “BNDES libera R$ 1bi para socorrer faculdades”. A linha-fina era: “Com juros menores e prazos maiores do que aqueles praticados no mercado, a medida atende a lobby feita pelo setor em fevereiro”.

É incrível como o jornal enxerga todas as medidas do governo pelo lado negativo. A negatividade já está no título, em que o jornalista usa o termo socorrer. Esta linha de financiamento não vai socorrer as instituições de ensino. Ela vai ser mais uma ferramenta financeira de empréstimo que pode ser usada não somente para socorrer, mas para investir apenas ou para capital de giro.

Além disso, o ponto é que não existe apenas lobby por trás da medida, mas também uma necessidade real que foi sentida pelo governo. O governo não simplesmente atendeu uma lobby.
Ele percebeu que fazendo este tipo de linha, em contrapartida ele poderia estabelecer metas de crescimento operacional, qualidade de ensino e afins. Esta linha é uma via de duas mãos e não apenas o favorecimento de um setor.

É por isso que cada vez mais me decepciono com a Folha de S. Paulo. Porque eles sempre olham tudo pelo lado negativo e não enxergam os lados positivos da história. É claro que nós jornalistas precisamos exercitar o olhar clínico e crítico, mas a Folha faz isto “tôo much”, na minha opinião.

Pronto, falei.