terça-feira, 15 de setembro de 2009

Porque não aumentar a passagem do ônibus em SP?

A passagem de ônibus de São Paulo hoje é de R$ 2,30. Ela não sofre reajuste há três anos. Agora, vamos entrar em mais detalhes quanto ao serviço de transporte público de São Paulo:

- Profissionais despreparados, mal educados e pouco instruídos (parece que não possuem compromisso com o cliente, não são treinados para lidar com público; além disso é normal motorista fechar a porta antes de todos descerem ou não parar em determinados pontos)

- ônibus sujo (não difícil entrar em um ônibus sujo de vômito – isso aconteceu ontem comigo, com papel e pichações)

- Superlotação (Ao pegar ônibus pela manhã a ordem é enquanto houver uma lacuna entre as pessoas dá para subir mais um. Não existe limite, se existe não há fiscalização). Isso é reflexo de poucas linhas direcionadas para metrô e regiões de alta empregabilidade.

Acho que deveria haver um limite para entrar no ônibus. Passou do limite, o ônibus não consegue sair. Para isso, os pontos de ônibus deveriam ser mais organizados com filas e estrutura para isto.

- Pontos de ônibus são totalmente equivocados (alguns são escondidos, descobertos, sem lixeira próximo, pessoas não se organizam em filas o que faz que seja uma corrida para pegar o ônibus primeiro independente de quanto tempo se espera por aquele ônibus, sem fiscalização e organização). Os pontos de terminais e metrôs são mais organizados neste quesito. Mas como eles são a minoria não faz a diferença.

- Estrutura do ônibus desconfortável (os obesos não tem espaço no ônibus. Não existem assentos para este público que geralmente ocupa duas cadeiras ou espreme os demais no corredor). Além disso, o assento é duro e sujo.

- Falta de circulação de ar. Muitas pessoas se recusam a abrir janelas em dias de chuva ou quando há muito vento. Isto faz com que não tenha circulação de ar no ônibus. Ar condicionado seria o ideal para evitar que pessoas passem mal.

Enfim, problemas com o transporte público é o que não falta. Diante disso, querem apresentar um projeto de aumento do custo do transporte? Eles precisam pensar em soluções para estes problemas e quando o transporte for realmente digno podem cobrar mais caro, pois não me sentirei assaltada. Se aumentarem o custo do transporte público me sentirei lesada, pois as pessoas pouco pensam na população. Este valor de aumento será investido aonde, em que melhoria? É um absurdo.

Se houver aumento, eu acho que a população deveria se organizar para fazer algum tipo de boicote ou protesto, a fim de reivindicar melhorias no transporte público e o fundamental: planejamento.

Não é o tempo que não há reajuste que deve ditar se haverá ou não, mas sim a necessidade e o planejamento.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Não se trata de morrer, mas de perder

Pois é. Ontem um tio meu faleceu. Ele era pai de 4 filhos (três meninas e um menino). Era também avô de 3 netinhos. Era irmão de 3 grandes homens (um deles o meu pai). Durante o enterro dele, eu via o meu pai tentando ser forte, mas sem conseguir conter a emoção de vê-lo partir. Via também os filhos deles abalados. Afinal todos eles não viam o pai há algum tempo e agora não o veriam mais.

Naquela sala do funeral lágrimas não faltaram. Eram lágrimas de saudade, de amor, carinho, compaixão. Imagine quantas lágrimas não caíram sobre aquela sala. As minhas lágrimas eram de perda. Talvez a perda maior não tenha sido a minha, porque eu não sou a melhor das sobrinhas. Mas era uma perda para o meu Pai. Devo dizer que ver o meu Pai perder algo ou alguém me fere com a mesma intensidade que eu sentiria se a perda maior fosse minha.

Ao mesmo passo que eu não era a melhor sobrinha, ele também não era o melhor dos tios. Tinha os seus problemas com o alcoolismo e estava internado há algum tempo por conta de uma convulsão. Aos 49 anos ter a vida interrompida é muito ruim. Afinal, você não está no começo da vida e nem está no fim. Está exatamente no meio dela. No grande momento de curtir toda sabedoria que já adquiriu até o momento. O fim da vida dele foi triste e doloroso porque ele mesmo procurou a morte e não fez questão de se tratar.

Em minha opinião, ele não morreu feliz. Porque ele morreu sem o grande o amor da vida dele. Sem os filhos. E com um pai que só sabia criticá-lo. A dor de um enterro como um dele não vem do fato de morrer, porque morrer é inevitável. Mas no fato de perder o jogo no meio da partida. De perder a presença dele, mesmo muitas vezes fosse inconveniente. De perder um tio e, para o meu pai, um irmão.

Espero que ele vá para o melhor lugar neste momento. E que encontre a realização e felicidade, que talvez ele não tenha tido aqui.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Estadão há 35 dias de censura. Quem eles querem enganar?

Hoje eu estava navegando no site do Estadão como sempre e vi que estava escrito dentro de um Box preto com letras brancas: “Sob censura há 35 dias”. E pensei comigo mesma: “Quem eles querem enganar?”.
Ok. O jornal acredita que está passando por uma censura. Opta por colocar no site um aviso aos leitores que o jornal está sob censura. Mas qual é o objetivo desta ação? Sob o meu ponto de vista, colocar esta mensagem é uma forma de se eximir da culpa de não noticiar um fato importante em relação a nossa política brasileira, caso o veículo não possa dar por conta da determinação judicial.
O Estadão que eu admirava não faria simplesmente isso. Ele iria tentar mudar a situação. Iria tentar se movimentar ou mudar algo. E não apenas aceitar calada isto. Estou muito decepcionada. Dizer que apenas está sob censura, é aceitar o que é considerado inaceitável. É preciso criar um movimento contra esta censura, criar mobilização. Se o próprio jornal não se engaja para fazer com que haja um movimento social, quem irá fazer isto?
Acho que em parte é reflexo de um grupo de jornalistas acomodados com esta situação. Profissionais que perderam o idealismo e vivem a profissão com foco na aposentadoria.
#prontofalei
E estou aberta a escutar opiniões divergentes.